O impacto silencioso do câncer na saúde mental do corpo
Outubro é tradicionalmente dedicado à conscientização sobre o câncer de mama. Entretanto, ainda há uma lacuna importante na forma como abordamos a saúde mental das pessoas diagnosticadas com câncer.
O medo da morte, os efeitos colaterais do tratamento e as mudanças na autoimagem impactam profundamente o equilíbrio emocional.
Por isso, é fundamental ampliar o olhar e incluir o cuidado psíquico no plano terapêutico oncológico.
Transtornos mentais em pacientes oncológicos
Estudos mostram que até 50% dos pacientes oncológicos desenvolvem algum transtorno psiquiátrico, sendo os mais comuns a depressão e os transtornos de ansiedade.
Infelizmente, muitos desses quadros passam despercebidos ou são subtratados, o que pode comprometer a adesão ao tratamento, a evolução clínica e a qualidade de vida.
Intervenções terapêuticas: da psicofarmacologia à Cannabis medicinal
O manejo adequado dos sintomas psíquicos pode incluir o uso de psicofármacos e, em contextos bem selecionados, o uso de Cannabis medicinal.
Há evidências do potencial terapêutico dos fitocanabinoides no alívio de náuseas induzidas por quimioterapia, dor crônica e quadros de insônia e ansiedade — desde que haja indicação precisa, acompanhamento rigoroso e prescrição baseada em evidências.
O papel do psiquiatra no cuidado integral
O psiquiatra atua desde o início da jornada do paciente, oferecendo suporte para lidar com o impacto emocional do diagnóstico e promovendo estratégias de enfrentamento mais saudáveis.
A atuação integrada com a equipe oncológica favorece intervenções mais humanizadas e contribui para o fortalecimento da adesão ao tratamento.
Conclusão: Cuidar da mente é cuidar do corpo
O Outubro Rosa é um convite à prevenção e à detecção precoce do câncer de mama. Mas é também uma oportunidade para reafirmar que o cuidado em saúde deve ser integral.
A saúde mental precisa ser vista como parte inseparável do processo terapêutico.
Quando cuidamos da mente com o mesmo zelo com que cuidamos do corpo, oferecemos mais do que sobrevida: oferecemos qualidade de vida.
Se você é profissional da saúde, compartilhe este texto com colegas da oncologia.
E se você acompanha ou cuida de alguém em tratamento oncológico, lembre-se: a saúde emocional também precisa ser acompanhada com a mesma atenção dedicada ao corpo físico.


